Tempo...

Tempo de reflexão, de assimilação
É tempo de processamento, de digestão
Tempo de análise, de ponderação
De mudar radicalmente... ou não

É tempo de firmar raízes ou é tempo de conversão?
É tempo de coragem ou de covardia?
É tempo de partilha ou de emancipação?
É tempo de trocar o dia pela noite ou a noite pelo dia?

O tempo passa e arrasta tudo consigo...
Como uma bola de neve, prestes a encontrar seu destino
No fim restam estilhaços para colar novamente
E erguer-se humilhado, mas com ar prepotente

O Apanhador no Campo de Centeio


Minha sensação ao ler esse livro foi morna. Talvez porque consegui entender o motivo de tantos terem se empolgado com o texto e, apesar disso, o livro não me tocou, não conseguiu mexer comigo.

Em “O Apanhador no Campo de Centeio”, passamos um final de semana na vida de Holden Caufield, um adolescente americano burguês que não consegue lidar com o mundo a sua volta. Caufield acaba de repetir o ano em mais um colégio interno e resolve tirar férias mais cedo, fugindo três dias antes do previsto.

Toda a história é escrita em primeira pessoa, o que nos torna muito próximos do personagem e faz com que o gostar ou não gostar do livro seja conseqüência de nossa opinião sobre o adolescente.

O livro começa empolgante! Com um sadismo bem encaixado, achamos que Caulfield é um daqueles adolescentes diferentes, maduros, que de uma forma positiva não se encaixam no senso comum. Porém, com o passar da leitura, a impressão inicial se esvai e percebe-se a imaturidade do personagem, que do alto de sua pseudo-superioridade odeia a mediocridade a sua volta.

Digo que entendo os motivos de quem gostou do livro porque o personagem realmente nos engana com seu estilo “fora do eixo adolescente comum”, sendo essa a virtude da história. Mas Caulfield – assim como dito no livro - é muito bom nesse negócio de não se encaixar em padrões, tão bom que torna-se chato, tão bom que parece esforçar-se demais para estar deprimido, tornando-o falso. O bom depressivo é aquele que não precisa odiar a tudo para se sentir dessa maneira.

Em suma, uma história sem objetivo sobre um rebelde sem causa e, ainda por cima, com um final frustrante.

TOP 10 - Álbuns que marcaram

Vi esse post no Tribos e Tributos e entrei na brincadeira. O intuito da lista não é eleger os melhores álbuns, e sim aqueles que marcaram a vida de quem os escutou.

No meu caso, cheguei ao Top 10 relacionando dois tipos de álbuns: aqueles que são reflexos de uma fase, uma espécie de marco, um símbolo de determinado período; e álbuns que de alguma forma modificaram a pessoa que sou, alterando gostos, opiniões ou despertando sentimentos latentes.

Foi ótimo fazer a lista e relembrar a época de cada um. Portanto segue minha lista, em ordem conscientemente aleatória, porém nunca se sabe quanto ao subconsciente:


Rosa de Saron – Angústia Suprema
O ano é 1998 e eu tenho 11 anos. Nesta época freqüentava a casa de um querido amigo – hoje distante - que me presenteou com uma fita K7 desta banda. O Rosa de Saron foi a primeira banda de rock que escutei, foi o primeiro show ao vivo que presenciei e foi uma grande influência à época, fazendo-me ingressar na igreja católica e nos grupos de jovem.



Eterna – Papyrus
A fita K7 mencionada acima deveria ter cerca de 60 minutos e meu amigo aproveitou o espaço que sobrou após a gravação de Angústia Suprema para incluir a música Mary’s Son da banda Eterna. Logo que pude emprestei o CD da banda que continha essa faixa e adorei. O Eterna me traz recordações parecidas com as do Rosa de Saron, afinal conheci as bandas na mesma época e através do mesmo núcleo de amigos. No entanto, Papyrus marca uma espécie de evolução, registrando minha entrada no mundo mais pesado do Rock. Algo que - em conjunto com letras em inglês, voz aguda e bateria de bumbo duplo - viriam a se tornar corriqueiros mais a frente.


Engenheiros do Hawaii – Surfando Karmas & DNA
Engenheiros do Hawaii é grande influência de um primo mais velho. Acho que desde pequeno ouço Gessinger e seus infiéis companheiros, mas o álbum que realmente fez parar meu mundo para ouvir os hawaianos foi Surfando Karmas & DNA. O grande trunfo deste álbum e desta formação é o som garageiro que fizeram, algo simples e certeiro, que somado às ótimas letras de HG criaram um disco gostosíssimo de se ouvir. Daí em diante, o ENGHAW se tornou uma de minhas bandas favoritas.


Guns N’ Roses – Live Era 87-93
Guns N’ Roses foi a grande influência da minha adolescência. Passei horas, dias e noites ouvindo os agudos de Axl Rose e lembro-me perfeitamente que tudo começou com dois CD’s piratas do álbum duplo Live Era 87-93. As performances ao vivo desses registros são ótimas, pois não se trata de um único show e sim um compilado de vários deles. Algum tempo depois juntei minha mesada pra comprar o álbum original, porque esse valeu a pena.


Iron Maiden – The Number of the Beast
Esse foi o primeiro CD original que comprei na minha vida. Rodou horas no meu aparelho, acho que por muito tempo foi o álbum que mais escutei (talvez ainda seja). Bruce estréia nesse disco, mas parece que ele está na banda desde a formação, tamanho o sincronismo que sai das caixas de som. Todas as faixas são ótimas, o disco é coeso e o clima meio satânico da capa pode ser sentido em cada acorde do álbum. Esse álbum marca minha transição para o metal - ainda que de forma tímida - e para o lado negro da força (rs).


Angra – Angels Cry
Esse disco estava no mesmo porta CD’s do Surfando Karmas & DNA na casa do meu primo. Eu vinha escutando bastante Iron Maiden, já tinha ouvido falar num tal de André Mattos que quase havia sido vocalista do Iron, e resolvi botar o bichinho pra rodar. De cara, travei na faixa Hutering Heights e fiquei um tempão ouvindo-a, até que na seqüência fui descobrir o grande álbum que estava em minhas mãos. Aqui nascia uma pontinha de gosto por metal melódico.


Edguy – Theater of Salvation
Até hoje me lembro do dia em que ouvi esse álbum pela primeira vez. Na época estava fissurado em Guns N’ Roses e Iron Maiden e um amigo que já estava descambando pro metal resolveu me levar junto. Estávamos na sala da sua casa e ele colocou Running Wild pra tocar, eu não gostei e blasfemei contra a banda (logo após ouviria muito o álbum em questão – Black Hand Inn). Mas meu amigo não desistiu e colocou o Theater of Salvation pra rodar e eu quase tive um orgasmo. Ele me emprestou o CD no mesmo dia, eu fiz uma cópia e esse é o marco definitivo da minha entrada no mundo do metal. Edguy me influenciou demais, me levou a um novo mundo, me deu um estilo de vida lá pelos 16 anos. Ouvi todos os álbuns deles até o Rocket Ride e inclusive fui ao show da turnê do Hellfire Club, último grande disco do quinteto. Espero que Tobias volte a um estilo mais pesado e o Edguy ressurja das cinzas.


Capital Inicial – Rosas e Vinho Tinto
Este álbum marcou muito mais pelo contexto do que pela qualidade em si, apesar de não ser exatamente ruim. Eu havia terminado meu primeiro namoro e ainda estava sentido, quando resolvi dar uma caminhada. Coloquei o Disc Man na mochila e sai sem rumo ouvindo o som da banda. A sonoridade e as letras combinaram perfeitamente com o contexto da época e a banda exorcizou todos os demônios que habitavam minha cabeça.


Coldplay – A Rush Of Blood to the Head
Ah Coldplay! Esse álbum é perfeito e já retrata uma fase mais atual, quando deixei o som pesado de lado e passei a focar mais em qualidade e feeling. Neste álbum constam os maiores sucessos da banda, dentre eles “The Scientist” que é uma de minhas músicas preferidas. A partir deste álbum ampliei meu horizonte musical e direcionei meus ouvidos ao Pop Rock, Indie e Rock Alternativo.


Weezer – Make Believe
Este é o ano de 2007, estou começando cargo novo na empresa, iniciando a faculdade, conhecendo gente nova e vivenciando novas situações. Navegando na internet acho este álbum por R$ 15,90. Apesar de ainda não ter ouvido Weezer, tinha boas referências e, não sei bem como, uma força estranha tomou conta de mim e me fez comprar o CD em questão, sem nunca ter ouvido a banda. Após alguns dias o correio entregou, ouvi Beverly Hills com um pé atrás, mas me entreguei à Perfect Situation (ainda mais quando vi o clipe com a Elisha Cuthbert) e as demais faixas (inclusive a Beverly Hills). A partir de então corri atrás do Blue Álbum, Pinkertron, etc. e o Weezer tornou-se uma de minhas bandas favoritas.