A Mensagem Subliminar de Infinito



A Mensagem Subliminar de Infinito

A mensagem que parece ser clara – um menino sonha lançar um balão no espaço para hackear um satélite – esconde, em seu íntimo, uma série de referências que me permitem afirmar: a obra-prima que é o clipe de Infinito, nova música da banda Fresno, é na verdade uma representação da própria vida de Lucas Silveira, da banda e da eterna busca por tudo que pode estar lá.

O vocalista dorme e quem acorda é o garoto, determinado a realizar um sonho que não nos é revelado num primeiro momento, mas que começa a tomar forma após o bater na porta do primeiro amigo que irá lhe ajudar nessa busca: a criança que representa o Vavo. Sabemos que na própria Fresno, são eles os precursores de tudo e que o Vavo foi o primeiro a compartilhar do sonho. Detalhe para a camisa dos Ghost Busters que o Vavo-criança usa, faz muito sentido já que até hoje ele segue firme, exorcizando todos os fantasmas da banda (Tavares e afins).

As próximas cenas revelarão o sonho dos garotos, mas não sem antes sermos introduzidos a outras duas crianças, que no clipe representam o baterista Bell e o tecladista Mario, membros que juntaram-se a banda em substituição a outros integrantes. Talvez por isso, Lucas não foi bater na porta de nenhum deles (como fez com Vavo), seus caminhos simplesmente se cruzaram na vida real e, no clipe, as crianças já se mostram por dentro do projeto.

Então, finalmente, numa cartolina posta sobre a mesa está descrito o “Plano Infinito”. O balão tem que subir preso a uma caixa bem leve, de forma que suba além da órbita da Terra, para que algum satélite possa filmá-lo e passar na televisão. Simples assim, um sonho de criança pensado para que fossem percebidos, para serem vistos e fazerem alguma diferença no mundo. Exatamente o mesmo sonho que toda banda de rock tem. Sim, o “Plano Infinito” é, na verdade, um sonho que se tornou realidade fora do clipe, é a concepção da própria banda Fresno.  

Repare que na mão do Bell está a caixa que deverá subir à órbita, um dispositivo incomum, objeto não identificado, impossível de se caracterizar, exatamente como a Fresno: uma banda gaucha que não faz música gaúcha, uma banda de rock nacional que não faz rock nacional, e por isso, classificada pela mídia preguiçosa e acostumada a mesmice, sob o rótulo caricato de banda emo, onde roupas e cabelos tornaram-se mais importantes que a verdade impressa na música.

Mas os garotos acreditam no seu sonho e colocam os balões pra voar. E assim como a carreira da banda, eles decolam e alcançam a estratosfera, de onde as imagens mais lindas são filmadas para o clipe, e de onde os olhos em cima do palco puderam testemunhar os mais lindos momentos de sonhos tornando-se realidade. Se o Plano Infinito queria hackear os satélites, a Fresno conseguiu, aparecendo na grande mídia e sendo uma grande bandeira onde está escrito: “O Rock não morreu”, apesar de todas as tentativas de produtores sem sal.

Sinal transmitido! Missão completa! Amigos, não existe essa porra de impossível. E tai esse clipe e essa banda para provar isso pra gente.

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Postando em teste, direto do moto flipout
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O que esperar de Tico Santa Cruz na Fazenda?

A primeira vez que olhei a banda Detonautas com outros olhos foi quando assisti ao clipe da música “O Dia Que Não Terminou”. Até então a banda era apenas mais uma montada, formatada e direcionada para atingir o público adolescente com melodias fáceis e versos sem nexo – “Quando o sol se pôr, meu amor, onde você for / Ainda vou te levar pra outro lugar, além do sol e do mar...”- mas o clipe em questão retratava as terríveis histórias de acidentes de trânsito e o discurso da banda sobre o delicado tema parecia fugir do padrão existente na época.

A trágica morte do guitarrista Rodrigo Netto, após uma tentativa de assalto, acabou por ser um ponto de inflexão na carreira do Detonautas. A partir de então, surgiu o Tico Santa Cruz que me habituei a acompanhar: um cara culto, politizado, consciente das mazelas do povo brasileiro, incendiário, filosófico, blogueiro, ativista, por vezes muito coerente, por vezes porra louca, polêmico, birrento, colecionador de inimizades, enfim, um cara sem meio termo, daqueles que ou você gosta ou você odeia. A própria banda amadureceu demais e o disco seguinte “Psicodelia, Sexo, Amor e Distorção” mostrou grande evolução: seja musical, seja em termos de letras.

Ontem, cheguei da faculdade e no trajeto entre a sala e meu quarto, me deparei com a TV sintonizada no reality “A Fazenda”, da TV Record, e eis que um dos participantes era o polêmico vocalista. A primeira indagação que me surgiu – após a incredulidade inicial da cena - foi à razão do cara estar lá, apto a desempenhar, mais uma vez, o papel de fantoche das massas, servindo aos mesmos ventríloquos que ele tanto desdenha. Pensando aqui com meus botões, vejo três motivos até óbvios: 1) R$ 2 milhões; 2) A experiência que seu mestre e provavelmente conselheiro, Dourado, teve no BBB, a qual Tico acompanhou de perto; 3) O desafio, pois como ele próprio publicou em seu blog, não há nada a perder.

Porém a pergunta mais importante é a que dá titulo a esse post, e aí a resposta fica bem mais difícil. Tico parece ser bipolar, na maior parte do tempo transparece uma enorme tranqüilidade, paz de espírito, como se pudesse observar detalhadamente todo o ambiente e extrair a real intenção de cada ato, de cada palavra e de cada sorriso forçado das pessoas ao seu redor. Porém em determinados momentos, os demônios de Tico afloram e sua sagacidade, sua amargura, sua acidez tornam-se armas pesadas, às quais ele mesmo não consegue controlar e, talvez, nem o queira.

Enfim, acho que podemos esperar polêmica e ironia. Particularmente estarei torcendo pelo detonauta. Que ele controle cada demônio que hiberna em sua personalidade... Ou não!

Last FM no Android



Eu gosto muito da Last FM porque eu sou maníaco por tabulações e controle. Minha vida mudou desde que descobri o Scrobbling – o belo serviço que computa todas as músicas que ouço.

Há algumas semanas os únicos periféricos que faziam scrobbling pra mim eram meu PC e meu Netbook. Muitas das músicas que eu ouvia no MP3 (daqueles genéricos da China) não eram computadas e isso me incomodava bastante, afinal tratava-se de uma distorção da realidade.

Quando precisei trocar de celular, pesquisei por muito tempo opções que me dessem a tão famosa convergência digital e que, conseqüentemente, fizessem scrobbling das músicas ouvidas. Não encontrei muito material – em português principalmente – exceto sobre os smartphones da Nokia (dotados do Symbian) que pareciam ser os únicos que realizavam tal tarefa, além do inviável Iphone.

Por fim, optei por comprar o Motorola Flip Out, acreditando que o Motoblur (serviço da Motorola que converge informações das redes sociais Twitter, Facebook, Orkut e Last FM) faria a tão sonhada tarefa. Ledo engano, o Motoblur faz comunicação unilateral com aradio, ou seja. apenas recebe informações, sem enviar nem um tipo de dado.

E lá se vai mais pesquisa, desta vez tendo como base o sistema operacional do celular, o Android. Achei no Android Market um aplicativo oficial da Last FM, que segundo discussões nas comunidades internéticas, fazia scrobbling perfeitamente. Instalei-o todo feliz, cheio de expectativa, porém novamente não funfou.

A falta de um tutorial para alguém atrasado tecnologicamente como eu (meu outro celular era um V3) me irritava a cada dia, mas num momento iluminado, eis que descobri o porque o app oficial baixado no Market não estava funcionado. O problema era o player nativo do meu celular (Music +), que não era compatível com o Scrobbler Droid. Baixou baixar um novo player e tchá-nan.... wholááá... F-U-N-C-I-O-N-O-U.

Portanto segue passo a passo pra funfar o Scrobbler do Last FM no seu Android.

1) Baixe o aplicativo da Last FM no Android Market;
2) Entre no app da Last FM e insira os dados da sua conta;
3) Baixe um player compatível – no meu caso estou usando o Meridian, apesar de não estar totalmente satisfeito com ele;
4) Entre nas configurações do player e habilite a opção do Scrobbler Droid;
5) Finish Him. Agora seu celular faz scrobbling, inclusive off-line (com armazenamento em cache e envio de dados quando online).

O caso Neymar e a demissão de Dorival Jr.


As palavras proféticas de Renê Simões se confirmam: o monstro está criado.

Numa decisão que demonstra puro amadorismo, a diretoria do Santos demitiu o técnico Dorival Jr. por conta do imbróglio envolvendo o treinador e o atacante Neymar. Essa questão é complicada, pois envolve diversos fatores, vamos analisar as personagens:

Neymar: é apenas um menino – apesar de milionário - de 18 anos. Tem um talento descomunal, e sofre muita pressão por ser quem é. Já sabemos que “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”, mas Neymar prefere responder com seguidos atos de indisciplina.
Em outras ocasiões, o atacante já havia sido advertido pelo técnico, pela imprensa e foi até defendido por seus companheiros de time. Porém, no último jogo, o atacante ultrapassou o limite da simples indisciplina, pois com uma só atitude desrespeitou a hierarquia do clube, ofendeu o treinador, ofendeu o capitão da equipe, desrespeitou os companheiros e desrespeitou sua torcida. Neymar pediu desculpas – num ato ensaiado – e, ao menos, fez sua parte ao assumir o erro, assim como certo aracnídeo que, um dia, se arrependeu de deixar um ladrão impune. Veremos se a partir de agora Neymar se tornará herói ou vilão.

Dorival Jr.: A principal função de um comandante é manter a ordem do grupo. Para existir ordem é preciso respeitar a hierarquia, a coerência, a justiça, o respeito. Dorival Jr, foi demitido por cumprir sua função como comandante. Com a punição imposta a Neymar, o treinador tentava: 

        • Restabelecer a hierarquia perdida na insubordinação da jovem estrela
        • Respeitar a coerência, pois em episódios semelhantes outros jogadores – como        Madson – já haviam sido punidos
        • Manter a justiça do grupo acima do egocentrismo de um jogador
        • Renovar o respeito, perdido durante os xingamentos em publico.

Dorival manteve-se firme ante a tentativa de interferência da diretoria. Não admitiu que passassem por cima de sua decisão e agiu corretamente. Pode-se discutir que ele exagerou com 15 dias de suspensão, mas é indiscutível que a punição cabia somente a ele, comandante e principal ofendido de toda história. Dorival foi demitido, mas sai de cabeça erguida, com fama de disciplinador, honesto e fiel a seus princípios.

Diretoria Santista: A cúpula santista se faz refém de um jogador de 18 anos. A decisão tomada dá carta branca a Neymar, pois seja qual for o técnico em atividade, este não poderá peitar a grande estrela da baixada. A decisão é amadora, tomada por pessoas covardes, que não encaram um problema de frente e optam pelo caminho mais fácil. Se é pra ser assim, que tivessem vendido o menino ao Chelsea. O Santos vira Flamengo, agora é bagunça.

Grupo: Fico pensando em como está o clima no grupo de jogadores do Santos. Se eu estivesse lá, me posicionaria ao lado do treinador e contra Neymar/diretoria. Quer dizer que meu companheiro falta com o respeito comigo, age com insubordinação e o demitido é a pessoa que busca me defender. Então pode-se tudo no Santos?

Próximo Treinador: Se sou convidado para dirigir o Santos, não aceito. Como trabalhar num lugar onde sei que a minha liderança de antemão não será respeitada? A classe de treinadores se fosse unida, boicotaria essa vaga.

O que tem te deixado preocupado/incomodado?


1. Falta de dinheiro
2. Trabalho
3. Faculdade
4. Falta de tempo
5. Falta de atividade física
6. Falta de repouso

Numa pessoa que vive como eu, trabalho e faculdade representam grande parte da rotina. Desconsiderando 6h diárias de sono, 12h das 18h disponíveis no meu dia são utilizadas para estas tarefas, e aposto que com muita gente é assim. E quando de repente você percebe que não está feliz em nenhuma dessas atividades. É assustador saber que 65% do seu dia está comprometido com tarefas que não lhe trazem felicidade.

Então uma cadeia começa a ser processada. Atividades desconfortáveis causam desânimo, que com o tempo tornam-se âncoras para o astral e quando se vê, o estado de espírito está lá em baixo.

O resultado disso é a busca incessante por felicidade instantânea nos 35% de tempo disponível que restam. Gasta-se esse tempo na balada, na internet, no vídeo-game, assistindo TV, na casa de amigos, enchendo a cara, ou seja, em atividades até importantes, mas pouco produtivas (que invadem tempo destinado a família, a espiritualidade, às atividades físicas, a alimentação saudável, etc). Algumas vezes, chega-se até a invadir as 6h destinadas ao sono, prejudicando ainda mais o escasso tempo que temos para recarregar as baterias do nosso corpo.

Nesse cenário a única saída para encontrar a felicidade é encarar as atividades desconfortáveis de frente e transformá-las em tarefas agradáveis. Como fazer isso:

1- Entender as razões pelas quais me dedico àquela tarefa. Ex: o trabalho é importante para me sustentar, para que eu possa atingir meus objetivos pessoais. A faculdade existe para melhorar o meu conhecimento e é um meio de conseguir melhores condições de trabalho, etc.

2- Dedicar-se integralmente a tarefa que será realizada. Muitas vezes fazemos corpo mole e não nos comprometemos com as nossas tarefas: vamos ao trabalho e fazemos o mínimo, entramos na segunda aula da faculdade e pegamos a explicação do professor pela metade, etc. Quando você não se compromete com a tarefa ela parece ser menos importante do que é, e um sentimento de parcialidade toma conta da gente, de repente você não sabe mais o que está fazendo ali e nada daquilo parece ter alguma importância.

3- Lutar para eliminar o que incomoda – se no trabalho há uma tarefa que incomoda, se o incentivo ($) é pouco comparado às responsabilidades, se na faculdade tem uma aula em que você não entende nada, lute para melhorar essas condições. Exija seus direitos da mesma forma que exigem os deveres de você. O diálogo é sempre o melhor caminho, busque conversar com o chefe e o professor para transformar esses incômodos em motivação para seguir em frente.

4- Evite empurrar prazos, atividades ou problemas com a barriga, pois isso só aumenta a dificuldade em resolver cada uma das tarefas.


É difícil virar o jogo nessas situações, mas com muita força de vontade é possível. Eu me comprometo a tentar!!!

VMB 2010 - Vergonha Alheia


“Não dá pra definir que uma banda é melhor do que a outra pela quantidade de votos, que depende exclusivamente da disponibilidade de tempo das pessoas. Tem bandas aí que têm fãs de 13 anos e a vida deles é passar o dia inteiro na internet votando. Antigamente, achava injusto ser um júri fechado, hoje, acharia muito mais justo, mesmo que eu não fosse indicado a nada. Prêmio é uma coisa estranha. No final, acaba sendo uma votação de quem tem o fã-clube maior”.

Retirei a declaração acima de uma entrevista do Tavares, baixista da Fresno, e ela sintetiza a minha opinião acerca do que foi o VMB ontem. Pelo ocorrido na cerimônia ficou claro que a MTV precisa alterar o “modus operandi” do prêmio, afinal o grande público vaiou uma escolha feita (ou que deveria ter sido feita) pelo próprio grande público.

O que ocorre no VMB atual é uma volta ao passado tão criticado da emissora, à época em que um seleto júri de especialistas detinha o poder de escolha sobre os melhores artistas do ano, e do alto de sua empáfia, deixavam os artistas populares de mãos abanando. Pra modificar esse cenário foi introduzido o sistema de votação online, mas a intenção de popularizar a escolha dos vencedores - para fazer com que o prêmio represente a vontade da maioria - é sabotada, à medida que pequenos grupos de fãs (como os coloridos do Happy Rock) se unem para votar incessantemente em suas bandas preferidas. Ou seja, a escolha dos vencedores retorna às mãos de uma minoria que dispõe de poder, exatamente como no caso dos júris – a diferença é que o poder do júri era adquirido por seu conhecimento musical e representatividade na cena, enquanto o poder do público vem do tempo livre, da organização grupal e, principalmente, da falta de oxigênio no cérebro. O resultado final é o mesmo: revolta da maioria e vaias aos premiados.

Não acho que a solução seja novamente deixar a escolha dos vencedores a critério de especialistas, mas criar algo híbrido, onde as duas frentes se encontrem e concebam um resultado mais justo. Explico melhor: a escolha dos 10 indicados continuaria a cargo do público, porém na definição do vencedor o sistema híbrido consideraria um resultado onde a pontuação da internet tenha algo em torno de 60% de peso, ante 40% de um júri formado por produtores, músicos, vj’s, etc. Dessa forma o resultado seria mais justo do que o acontecido ontem.

Aliás, quero deixar claro que não tenho nada contra o Restart (a ponto até de escutar e achar Te Levo Comigo bonitinha). Achei que eles mereceram a categoria de Revelação do Ano, mas premia-los como a melhor banda do ano é forçar a barra, uma vez que tivemos trabalhos muito melhores que o deles.