O Apanhador no Campo de Centeio


Minha sensação ao ler esse livro foi morna. Talvez porque consegui entender o motivo de tantos terem se empolgado com o texto e, apesar disso, o livro não me tocou, não conseguiu mexer comigo.

Em “O Apanhador no Campo de Centeio”, passamos um final de semana na vida de Holden Caufield, um adolescente americano burguês que não consegue lidar com o mundo a sua volta. Caufield acaba de repetir o ano em mais um colégio interno e resolve tirar férias mais cedo, fugindo três dias antes do previsto.

Toda a história é escrita em primeira pessoa, o que nos torna muito próximos do personagem e faz com que o gostar ou não gostar do livro seja conseqüência de nossa opinião sobre o adolescente.

O livro começa empolgante! Com um sadismo bem encaixado, achamos que Caulfield é um daqueles adolescentes diferentes, maduros, que de uma forma positiva não se encaixam no senso comum. Porém, com o passar da leitura, a impressão inicial se esvai e percebe-se a imaturidade do personagem, que do alto de sua pseudo-superioridade odeia a mediocridade a sua volta.

Digo que entendo os motivos de quem gostou do livro porque o personagem realmente nos engana com seu estilo “fora do eixo adolescente comum”, sendo essa a virtude da história. Mas Caulfield – assim como dito no livro - é muito bom nesse negócio de não se encaixar em padrões, tão bom que torna-se chato, tão bom que parece esforçar-se demais para estar deprimido, tornando-o falso. O bom depressivo é aquele que não precisa odiar a tudo para se sentir dessa maneira.

Em suma, uma história sem objetivo sobre um rebelde sem causa e, ainda por cima, com um final frustrante.

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