O caso Neymar e a demissão de Dorival Jr.


As palavras proféticas de Renê Simões se confirmam: o monstro está criado.

Numa decisão que demonstra puro amadorismo, a diretoria do Santos demitiu o técnico Dorival Jr. por conta do imbróglio envolvendo o treinador e o atacante Neymar. Essa questão é complicada, pois envolve diversos fatores, vamos analisar as personagens:

Neymar: é apenas um menino – apesar de milionário - de 18 anos. Tem um talento descomunal, e sofre muita pressão por ser quem é. Já sabemos que “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”, mas Neymar prefere responder com seguidos atos de indisciplina.
Em outras ocasiões, o atacante já havia sido advertido pelo técnico, pela imprensa e foi até defendido por seus companheiros de time. Porém, no último jogo, o atacante ultrapassou o limite da simples indisciplina, pois com uma só atitude desrespeitou a hierarquia do clube, ofendeu o treinador, ofendeu o capitão da equipe, desrespeitou os companheiros e desrespeitou sua torcida. Neymar pediu desculpas – num ato ensaiado – e, ao menos, fez sua parte ao assumir o erro, assim como certo aracnídeo que, um dia, se arrependeu de deixar um ladrão impune. Veremos se a partir de agora Neymar se tornará herói ou vilão.

Dorival Jr.: A principal função de um comandante é manter a ordem do grupo. Para existir ordem é preciso respeitar a hierarquia, a coerência, a justiça, o respeito. Dorival Jr, foi demitido por cumprir sua função como comandante. Com a punição imposta a Neymar, o treinador tentava: 

        • Restabelecer a hierarquia perdida na insubordinação da jovem estrela
        • Respeitar a coerência, pois em episódios semelhantes outros jogadores – como        Madson – já haviam sido punidos
        • Manter a justiça do grupo acima do egocentrismo de um jogador
        • Renovar o respeito, perdido durante os xingamentos em publico.

Dorival manteve-se firme ante a tentativa de interferência da diretoria. Não admitiu que passassem por cima de sua decisão e agiu corretamente. Pode-se discutir que ele exagerou com 15 dias de suspensão, mas é indiscutível que a punição cabia somente a ele, comandante e principal ofendido de toda história. Dorival foi demitido, mas sai de cabeça erguida, com fama de disciplinador, honesto e fiel a seus princípios.

Diretoria Santista: A cúpula santista se faz refém de um jogador de 18 anos. A decisão tomada dá carta branca a Neymar, pois seja qual for o técnico em atividade, este não poderá peitar a grande estrela da baixada. A decisão é amadora, tomada por pessoas covardes, que não encaram um problema de frente e optam pelo caminho mais fácil. Se é pra ser assim, que tivessem vendido o menino ao Chelsea. O Santos vira Flamengo, agora é bagunça.

Grupo: Fico pensando em como está o clima no grupo de jogadores do Santos. Se eu estivesse lá, me posicionaria ao lado do treinador e contra Neymar/diretoria. Quer dizer que meu companheiro falta com o respeito comigo, age com insubordinação e o demitido é a pessoa que busca me defender. Então pode-se tudo no Santos?

Próximo Treinador: Se sou convidado para dirigir o Santos, não aceito. Como trabalhar num lugar onde sei que a minha liderança de antemão não será respeitada? A classe de treinadores se fosse unida, boicotaria essa vaga.

1 comentários:

Vanessa Souza disse...

É o Brasil!

Beijos.