"Imutabilidade"











Somos educados para que, durante toda a vida, possamos assimilar mudanças, sejam elas: tecnológicas, profissionais, acadêmicas, emocionais, etc.

Somos condicionados a aceitar que as coisas mudam, mesmo que às vezes seja para pior. Eles nos dizem: “é normal”, “faz parte da vida”, “seja flexível” ou “a única constante da vida é a mudança”. Não há tempo para adaptação, não há fechamento para balanço, não permitem a maturação da nossa dor.

E na verdade, eles têm 90% de razão.

São poucas coisas na vida que não mudam, e é exatamente a essas poucas coisas que devemos dar valor. Muito valor.

Quem, durante a tempestade, nunca procurou abrigo?
Pra onde correr quando nada faz sentido?
Aonde se agarrar no momento de tribulação?

Tenho certeza que no seu mundo existe o imutável. Pode ser a família, alguns velhos amigos de infância, um lugar especial, Deus, música... São aqueles que te recebem de braços abertos, mesmo você tendo estado longe. É aquilo que te relembra suas origens, mesmo depois de tanta mutação. Os únicos pra quem você engole o orgulho a seco, abaixa a cabeça e assume os erros, envergonhado, porém feliz ao retornar.

E o que falar do reencontro, hein? A sensação de confiança, de retorno as origens, de segurança. A satisfação de saber que, neste mundo em constante mutação, temos um lugar onde podemos ser nós mesmos, um lugar onde podemos nos reencontrar. Não há melhor sensação.

Desse momento em diante, a “imutabilidade” muda sua visão e até nas pequenas coisas passamos a ver o imutável, como o mercadinho de esquina, que há 22 anos condiciona o queijo ralado na mesma prateleira; como aquele sorriso que há oito anos contagia da mesma maneira; ou como aquele grito de guerra que nunca deixará de abalar tua estrutura.

Cuide do seu abrigo, dê valor às pessoas importantes da sua vida. E sempre que precisarem, seja imutável para essas pessoas também.

Contramão

Lendo a coluna "Salada" da TRIP de setembro, compartilho dois itens curiosos, que me chamaram a atenção pela originalidade e principalmente pela aurea retrógrada e de contraponto ao modernismo.

O primeiro é um Case para Ipod Nano 4ª geração.

No formato de fita cassete, o apetrecho relembra a juventude de muitos de nós. Quem nunca teve um Walkman?

Este item vem do Canadá e é vendido pela bagatela de U$ 45,00.









O produto ao lado é uma espécie de Antienergético.

Na contramão do mercado, outra empresa Canadense lançou essa espécie de refrigerante com propriedades calmantes como camomila, teamina e passiflora.

Segundo a propaganda, entornar uma latinha de Slow Cow equivale a uma sessão de acumpuntura.

Caro x Raro

Texto retirado de Pilula Vermelha

Para quem acompanha o site, ou já estudou economia básica é claro o significado de “oferta e procura” (quanto mais houver algo menor será o seu valor).
A areia da praia é algo completamente abundante, portanto seu valor é baixo, igualmente é a água do mar. Porém nos últimos anos a água potável tornou-se relativamente escassa, fazendo com que seu preço em alguns lugares sejam comercializadas com preços maiores comparados ao petróleo. Em outras palavras é lucrativo que os produtos sejam escassos.

O importante é que convencer o consumidor que o produto está em falta, ou que é um produto especial por ser raro, deste modo poderá cobrar mais por este produto.
Bernard Liataer, designer do sistema monetário americano tratou o assunto da seguinte forma:

“ A ganância e a competição não são resultados de um temperamento humano imutável... a ambição e o medo da escassez estão de fato sendo continuamente criados e ampliados como resultados diretos do tipo de moeda que estamos usando... Nós podemos produzir mais do que o bastante para alimentar todos... mas é evidente que não existe dinheiro suficiente para pagar por tudo isso. A escassez está em nossas moedas nacionais. Na realidade, o papel do banco central é criar e manter a escassez monetária. A conseqüência direta é que temos de lutar uns com os outros para sobrevivermos.”

Todos os tipos de malefícios que possam ser estimulados através do dinheiro serão usados como forma de obtenção de lucro. Se é possível lucrar através da escassez gerada pela poluição ambiental, é criada um incentivo à indiferença ambiental.

Para o Sistema, é mais importante manter uma espécie rara e vendê-la a um custo alto. do que comercializar um produto abundante a um preço mixe. Assim os problemas realmente importantes serão deixados de lado até uma situação descontrolada, que enquanto não afetarem os negócios ou tornarem a ser lucrativos, ficarão fora de pauta eternamente.
A escassez aumenta a motivação para competição, gerando tribalismo antiético e primitivo com cada um por si, produzindo estresse humano, conflitos e enfermidades.

Autor: André Zanardo

A Última Gaveta

Um amor morto é triste. Um amor morrendo é mais triste ainda. Culpa da perseverante esperança.

A perseverante esperança tem duas caras. Um dia é porto seguro, noutro âncora. Pode ser motivo de alegria ou de tristeza. Ela nos cega, faz-nos lutar incessantemente e com toda a força, muitas vezes sem haver um ideal para defender.

What’s the point?
Enquanto temos esperança, temos consolo e expectativa. Ela toma as rédeas de nosso cabresto e, como cavalos, passamos a correr sem olhar para os lados, sem notar a força extraordinária que temos. O cavalo é muito mais forte que o homem e mesmo assim deixa-se dominar. Agimos da mesma forma em relação à esperança. Porém, na medida em que ela se esvai, nosso sofrimento começa a se acumular. E, em se tratando de sofrimento, não seria mais apropriada a injeção fatal, às doses homeopáticas?

Quando um amor começa a morrer, fica uma sensação pairando no ar, como se o invisível adentrasse o coração de cada um e arrancasse de lá todo o sentimento velado, aquilo que ambos querem externar, mas por respeito à sua história guardam para si. E guardam no mesmo compartimento em que a esperança está estocada. É sincronizado, não tem jeito, a esperança se esvai, o sofrimento vai acumulando e os sentimentos velados são botados pra fora. E daí para o desrespeito e a agressividade mutua, basta um passo.

Mas há uma saída para essa equação. Evite a última gaveta. Não acumule sofrimento depositando suas esperanças - ora vejam - na “esperança”. Externe esse sofrimento em forma de diálogo, com o objetivo de salvar a relação e não propriamente o relacionamento. É muito mais bonito o nascer de uma amizade que a morte de um amor.

Organização

Hoje, não entendi bem, mas acordei com uma vontade de pôr tudo em ordem.
É raro, mas há dias em que acordamos inspirados, sem o habitual medo do desapego, sem a constante neura do “ainda vou precisar disso um dia”.
Coisa guardada mofa, seja objeto ou sentimento. Se está guardada e irretocável é porque é inútil. E a vida é muito curta para perdermos tempo com inutilidades.
Pela manhã organizei a mesa de trabalho e, à noite, pretendo tratar do coração. Chega de preenchê-los com inutilidades e coisas vãs. É hora de libertação. É hora de deixar espaço para positividade.

Eu poderia...

Eu poderia ter comentado sobre o VMB...
Eu poderia ter resenhado o último livro que li...
Eu poderia ter falado sobre música ou cinema...
Eu poderia ter contado piadas sobre o Zé Mayer ou sobre o Rio 2016...
Eu poderia ter criticado a TV, o Sarney ou o Nelsinho Piquet...
Eu poderia ter analisado as mudanças de ótica pela qual minha visão de mundo tem passado...

... Mas preferi o silêncio e com isso perdi – dentre outras coisas – uma bela oportunidade de autoconhecimento.

Reintero aqui o norte deste blogue, publicado no post inaugural, para que renove meu compromisso com este espaço:
"Crio este blog com a Boa Intenção de expandir minha identidade virtual e através da escrita refletir sobre o ambiente que nos cerca, tornando-o fonte de auto-conhecimento e uma ponte de interação com outros blogueiros. Uma ferramenta para criar um ideal que história se faz."