Somos educados para que, durante toda a vida, possamos assimilar mudanças, sejam elas: tecnológicas, profissionais, acadêmicas, emocionais, etc.
Somos condicionados a aceitar que as coisas mudam, mesmo que às vezes seja para pior. Eles nos dizem: “é normal”, “faz parte da vida”, “seja flexível” ou “a única constante da vida é a mudança”. Não há tempo para adaptação, não há fechamento para balanço, não permitem a maturação da nossa dor.
E na verdade, eles têm 90% de razão.
São poucas coisas na vida que não mudam, e é exatamente a essas poucas coisas que devemos dar valor. Muito valor.
Quem, durante a tempestade, nunca procurou abrigo?
Pra onde correr quando nada faz sentido?
Aonde se agarrar no momento de tribulação?
Tenho certeza que no seu mundo existe o imutável. Pode ser a família, alguns velhos amigos de infância, um lugar especial, Deus, música... São aqueles que te recebem de braços abertos, mesmo você tendo estado longe. É aquilo que te relembra suas origens, mesmo depois de tanta mutação. Os únicos pra quem você engole o orgulho a seco, abaixa a cabeça e assume os erros, envergonhado, porém feliz ao retornar.
E o que falar do reencontro, hein? A sensação de confiança, de retorno as origens, de segurança. A satisfação de saber que, neste mundo em constante mutação, temos um lugar onde podemos ser nós mesmos, um lugar onde podemos nos reencontrar. Não há melhor sensação.
Desse momento em diante, a “imutabilidade” muda sua visão e até nas pequenas coisas passamos a ver o imutável, como o mercadinho de esquina, que há 22 anos condiciona o queijo ralado na mesma prateleira; como aquele sorriso que há oito anos contagia da mesma maneira; ou como aquele grito de guerra que nunca deixará de abalar tua estrutura.
Cuide do seu abrigo, dê valor às pessoas importantes da sua vida. E sempre que precisarem, seja imutável para essas pessoas também.
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