VMB 2010 - Vergonha Alheia


“Não dá pra definir que uma banda é melhor do que a outra pela quantidade de votos, que depende exclusivamente da disponibilidade de tempo das pessoas. Tem bandas aí que têm fãs de 13 anos e a vida deles é passar o dia inteiro na internet votando. Antigamente, achava injusto ser um júri fechado, hoje, acharia muito mais justo, mesmo que eu não fosse indicado a nada. Prêmio é uma coisa estranha. No final, acaba sendo uma votação de quem tem o fã-clube maior”.

Retirei a declaração acima de uma entrevista do Tavares, baixista da Fresno, e ela sintetiza a minha opinião acerca do que foi o VMB ontem. Pelo ocorrido na cerimônia ficou claro que a MTV precisa alterar o “modus operandi” do prêmio, afinal o grande público vaiou uma escolha feita (ou que deveria ter sido feita) pelo próprio grande público.

O que ocorre no VMB atual é uma volta ao passado tão criticado da emissora, à época em que um seleto júri de especialistas detinha o poder de escolha sobre os melhores artistas do ano, e do alto de sua empáfia, deixavam os artistas populares de mãos abanando. Pra modificar esse cenário foi introduzido o sistema de votação online, mas a intenção de popularizar a escolha dos vencedores - para fazer com que o prêmio represente a vontade da maioria - é sabotada, à medida que pequenos grupos de fãs (como os coloridos do Happy Rock) se unem para votar incessantemente em suas bandas preferidas. Ou seja, a escolha dos vencedores retorna às mãos de uma minoria que dispõe de poder, exatamente como no caso dos júris – a diferença é que o poder do júri era adquirido por seu conhecimento musical e representatividade na cena, enquanto o poder do público vem do tempo livre, da organização grupal e, principalmente, da falta de oxigênio no cérebro. O resultado final é o mesmo: revolta da maioria e vaias aos premiados.

Não acho que a solução seja novamente deixar a escolha dos vencedores a critério de especialistas, mas criar algo híbrido, onde as duas frentes se encontrem e concebam um resultado mais justo. Explico melhor: a escolha dos 10 indicados continuaria a cargo do público, porém na definição do vencedor o sistema híbrido consideraria um resultado onde a pontuação da internet tenha algo em torno de 60% de peso, ante 40% de um júri formado por produtores, músicos, vj’s, etc. Dessa forma o resultado seria mais justo do que o acontecido ontem.

Aliás, quero deixar claro que não tenho nada contra o Restart (a ponto até de escutar e achar Te Levo Comigo bonitinha). Achei que eles mereceram a categoria de Revelação do Ano, mas premia-los como a melhor banda do ano é forçar a barra, uma vez que tivemos trabalhos muito melhores que o deles.

4 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com o depoimento do Tavares... deveria ser júri fechado. A MTV está desiludindo cada vez mais...o VMA foi o que e agora o VMB! Enfim ...

Blog interessante :)

16 ton. disse...

Olá Senna, antes de mais nada, obrigado pelo comentário em meu blog.
Com relação ao oque aconteceu neste VMB, não está necessariamente relacionado à forma de julgar os vencedores. Se as escolhas pudessem ser feitas por especialistas, a nossa política não estaria assim. Nós também elegemos nossos representantes da mesma forma. Oque talvez falte nessa geração seja conscientização entre certo e errado, bom e ruim e por aí vai.

Um abraço.

Vanessa Souza disse...

Bom, infelizmente o único momento que acompanhei esse VMB, foi no Yahoo, ao entrar em meus e-mails, e deparar com essas notícias.
Mas confesso que me assustei com o fato da Banda Restart ter ganhado o prêmio.

Nada contra, mas também, nada a favor!

Beijos!

(Sobre o post anterior, sem nexo, rs, agora entendi!)

Unknown disse...

Concordo totalmente....assim como a Vanessa nada contra e nada a favor...mas como vc escreveu é bem complicado este sistema de votação...nunca vai ganhar aquele que merecer pela sua obra mais sim pelo tamanho da FAMÍLIA!!! bjs